Enxergando as barreiras que nos impedem de crescer

Ajudá-lo a pensar o “não pensado” e olhar através de uma nova perspectiva: essa é a missão de uma mentoria. E foi uma conversa como essa que fez o futuro chegar mais cedo na Docway.

– Papai, por que o médico não pode vir até aqui?

Foi a pergunta que Beatriz, de 5 anos, fez ao pai, quando ficou doente. A pequena não queria enfrentar as horas de espera no pronto-atendimento de um hospital. Por isso, Fabio ligou para uma amiga médica, que foi visitá-los e fez o atendimento no quarto da menina, sem filas, burocracia e espera.
Para Fabio, surgiu um estalo: aquilo poderia virar um negócio.
Fabio passou os seis meses seguintes só estudando sobre o universo de startups, investimento, saúde e atendimento médico. Dessa imersão, nasceu a Docway: o aplicativo que leva o médico onde você estiver. Pelo celular é possível agendar uma consulta, exames e até vacinas sem precisar sair de onde você está.
A OPORTUNIDADE DE NEGÓCIO ERA CLARA, MAS O DESAFIO DE ESCALAR TAMBÉM PARECIA ENORME.
Negócios como a Docway são conhecidos como matchmakers: aplicativos de encontro entre “vendedores” e “compradores” de um serviço ou produto, que ganharam força com a Economia Colaborativa. São plataformas como o Airbnb, o Bla Bla Car e a Eventbrite que facilitam a transação entre dois elos de uma mesma cadeia de valor, oferecendo a melhor combinação de acordo com os algoritmos da busca entre oferta e procura.

Mas o que são os matchmakers e quais os seus desafios?

O grande desafio dos matchmakers é a dupla ”aquisição” de usuários: recrutar “vendedores” e “compradores” na mesma proporção. Se o Uber, por exemplo, tiver muito mais motoristas do que passageiros, as corridas serão tão escassas que não valerá a pena continuar trabalhando. Por outro lado, se o volume de passageiros for muito maior do que a capacidade de atendimento dos motoristas, as pessoas vão preferir chamar um táxi ou outro serviço. Por esta razão, este tipo de serviço também é conhecido como “multisided platforms”, termo oriundo das ciências econômicas, onde o acréscimo de usuários em cada um dos lados da plataforma, gera um “valor extra” para que novos usuários e provedores venham a se interessar em fazer parte desta rede, produzindo algo que os economistas chamam “externalidade de rede” (ou efeito rede).
O conceito é bastante simples, mas essencial em diversos negócios digitais, incluindo os matchmakers: um dos principais fatores a se levar em conta quando escolher um serviço/produto, seja como usuário ou provedor, é saber em qual deles há o maior número de pessoas procurando ou vendendo aquele serviço ou produto. As pessoas sempre tenderão a adotar aquele onde a economia de escala for maior, pois os ganhos “econômicos” na utilização daquele serviço serão maiores: maior oferta de provedores, e com isto menor preço ou melhor oferta/qualidade, e no outro lado também maior número de clientes com capacidade de maior geração de receitas. A cada novo usuário em qualquer dos lados, seja o da oferta ou o da procura, o valor da rede e para a rede aumenta exponencialmente. Como exemplo, o mesmo princípio é observado em redes sociais. De qual rede social você fará parte? Aquela na qual a maior parte dos seus amigos e conhecidos estiver cadastrado, assim aumentando a chance de você encontrar quem você quer reencontra.
Fabio vivia um desafio semelhante: acelerar o crescimento da Docway recrutando novos médicos e pacientes, na mesma proporção.
Por causa do potencial disruptivo da ideia e do perfil transformador do empreendedor, Fabio foi aprovado em 2017 para participar do programa de apoio a Scale-Ups Radar Santander. Ao longo de sete meses, ele teria o acompanhamento de mentores da Endeavor e de executivos do Santander, oportunidade de networking com a rede de empresas que mais crescem no país e apoio nos seus principais desafios de crescimento.